Pedalar, pedalar [até Medellín pela praia]…
“Señor Perro (…) um cozinheiro de mão cheia, (…) não consegue dormir em cama, sofá nem rede: só dorme no chão, com uma cobertinha simples até metade das pernas. (…) A última desse cara sensacional é que fez pés, pescoços e cabeças de galinhas como ninguém. Achava que nunca ia comer uma cabeça de galinha na vida, mas é bom d+!!!”
Hoje as 34 pessoas que apoiam essa viagem pelo APOIA.se/eniopaipa ganharam os primeiros adesivos da minha marca… Se tu quer também, pode apoiar e eu mesmo vou entregar a tu!!! ;)))

Porque quem nasceu na praia sempre vai pra praia…
[para ouvir agora: Nação Zumbi com Marisa Monte – “A Melhor Hora da Praia”]
Em Sampués, antes de sair pedalando, chegou mais um cicloturista na casa do Kevin, o Nuno, de Portugal, que estava há 1 ano e 1 mês pedalando, onde cruzou o Canadá e os EUA de costa à costa, México e toda América Central com destino para Ushuaia/ARG. 😉 Saímos no mesmo dia da casa do Kevin, com destino à Medellín e pedalamos cerca de 50km juntos, nesse pedal espetacular, quase todo por uma estrada sombreada e com fazendas, muito lindo. Em La Ye, Nuno seguiu para Planeta Rica e eu para Monteria, para me aproximar da praia. ;))))
É sempre massa pedalar com alguém, mesmo que por metade de um dia. E ainda mais falando português… Hahahaha… Se bem que confesso que tentava falar mais espanhol do que português: 1) para continuar sempre hablando español; 2) português de Portugal é um PORTUÑOL em português, me entendem?!? Hahahahaha!!!
Em Monteria…
Chegar em Monteria foi tranquilo, com umas descidinhas beeeeem boas de se pedalar e uma ciclovia animal de uns 20km para entrar na cidade. ;))) Mas também encontrei umas boas dificuldades de quem viaja poraí por tanto tempo: 1) meu cartão do banco tinha expirado o tempo de uso no exterior, e como era um sábado, não consegui resolver por internet, tão pouco iria ligar para o Brasil; 2) encontrar um lugar para passar a noite foi difícil demais porque havia uma festa na cidade e as praças e parques estavam “lotados” (leia-se tinha gente!). Bom, as últimas cartadas eram procurar uma fazenda e pedir para acampar ou pedir abrigo no Corpo de Bombeiros, já que não tinha dinheiro para um hostel, que por sinal eram os mais caros que encontrei em toda Colômbia. Cheguei no Corpo de Bombeiros e fui informado que o comandante não deixava mais cicloturistas passarem a noite lá, porque haviam passado alguns que fizeram uma zona na cozinha, desceram pelo ferro dos bombeiros etc. Nessa, eu só pedi para encher as garrafas de água e seguir para tentar achar uma fazenda que me acolhesse. Mas na saída, uma luz. O Senhor Medina falou com o comandante e liberou para que eu passasse a noite lá. A maior tranquilidade para um cicloturista é quando encontra um lugar para tomar banho e dormir, de forma segura. E nesse Corpo de Bombeiros eu ganhei um auditório todo para dormir e algumas xícaras de café, que foram potencializadas por bolachas cream cracker que eu tinha e muita conversa sobre A Viagem com familiares do Medina.
Em Arboletes, na praia…
Para Arboletes o pedal foi ainda mais tranquilo, num tobogã suave de pedalar. Só meu pneu traseiro que tava insistindo em perder pressão. Minha bomba não consegue colocar tanta pressão e para minha sorte só encontrei uma borracharia depois de 35km. Antes que digam “porra, é só trocar a câmara, né?!”, ela estava boazinha e depois que consegui um compressor, essa câmara ainda rodou como 300km, até Medellín. Mas cheguei cedinho em Arboletes, tinha jogo da Colômbia, tinha festa na cidade e era começo da época de férias… Peeeeeense, tava tudo muito agitado e bom… E nesse lugar fantástico, conheci meu amigo Ivan, que contei um pouco das suas #históriasdebicicleta. Esse cara me indicou o Senhor Chepe, um ancião de Medellín que vive em Arboletes há 15 anos e deixa as pessoas acamparem no terraço de sua casa, beeeeem pertinho da praia e do lado de um camping que estava cobrando 15.000 COP (R$18,00) para armar a barraca… Hahahaha!!! Mas a melhor coisa de Arboletes é que parece muuuuito com #JANGA. Dá uma olhadinha nesse timelapse:
Em Necoclí…
Quando saí de Arboletes, Ivan disse que ia até Necoclí comigo nesse pedal. Mas como ele ia devagar vendendo seus artesanatos, passamos uns 5km juntos só e eu fui embora… Hahahaha… Esperei ele na próxima cidade como uma hora e meia assistindo o jogo de Rússia com Uruguai e nada de Ivan… Cheguei cedo em Necoclí e encontrei uma habitação bem barata e aproveitei para abrir computador, editar umas fotos e falar com a galera… Mais tarde, encontro o Ivan na praça principal, sempre oferecendo as coisas para galera comprar, pense numa figura! ;)))) A praia de Necoclí é bem feinha e não me empolgou nada para um banho se quer. Então foi chegar, banho, computador, passeiozinn de apés e dormir para seguir no outro dia bem cedo, passando pela Ruta de los Bananos, em Turbo…
Em Apartadó…
Ivan fazia sua rota até Apartadó e foi me passando vários contatos onde eu poderia ser acolhido para tomar banho e dormir. Uma das pessoas era o Beltran, uma das pessoas mais amáveis que conheci nessa viagem até agora. Contei um pouco sobre ele nessa #históriasdebicicleta. Mas chegar em Apartadó nesse pedal foi massa demais. Queria passar uma noite, mas fiquei por 4, com direito a jogo da Colômbia, um grau em #ZINEBRA na oficina do Montoya, passeio de triciclo pela cidade com o amigo Nelson, comer os rangos deliciosos do Señor Perro (é isso mesmo, chama-se Senhor Cachorro, no português de JANGA!) e reencontrar o Ivan!!! Hahahahaha!!! Cada uma dessas pessoas merecia um post, mas vou me conter nesse aqui:
Do Ivan já falei antes… Beltran é um mecânico de motos e apaixonado por bicicletas, que tem o sonho de pedalar até Ushuaia/ARG. Enquanto isso, quer fazer um super bom espaço para viajantes em duas rodas (bike e moto). Mas o mais phoda desse cara é a capacidade de agregar e ajudar pessoas; Montoya é um mecânico de alta qualidade que tem uma oficina pequena, onde guarda seus troféus, posters e uma Pinarello Prologo TT, simplesmente linda; Nelson é um cara dos mais simpáticos que percorre Apartadó toda com seu triciclo carregando cargas, reciclando materiais e proporcionando passeios para cicloturistas; e Senhor Perro é um mecânico de motocicletas e um cozinheiro de mão cheia, que viveu muito tempo na floresta que faz divisa com o Panamá e de lá trouxe muita cultura culinária e uma inquietação, ele não consegue dormir em cama, sofá nem rede: só dorme no chão, com uma cobertinha simples até metade das pernas. Mas seu nome não vem da forma de dormir. Me disse que era um apelido de infância e que muitos (como eu!) não sabem seu nome… A última desse cara sensacional é que fez pés, pescoços e cabeças de galinhas como ninguém. Achava que nunca ia comer uma cabeça de galinha na vida, mas é bom d+!!! ;)))))
Para Mutatá, Dabeiba, Cañasgordas e Santa Fé de Antioquia…
[para ouvir agora: Reggae Riff – “Partida”]
Depois de um pouquinho de praia, muitas pessoas fantásticas e um planinho bom demais de pedalar, começavam as “ladeiras”, sendo otimista… ;))) Em Mutatá, ainda era “plano de colombiano”, subindo e descendo nesse pedal. Passei duas noites numa hospedagem baratinha, mas tinha uma internet mais ou menos, quando não chovia e tive o prazer de fazer a primeira live no facebook, em 3 partes [PARTE 1; PARTE 2; PARTE 3; e PARTE ÚLTIMA]… Hahahahaha!!! Foram mais de 3 horas de prosas e risadas solitárias, mas foi sensacional “encontrar” pessoas de todos os cantos e que faziam tempo que não tinha contato. ;)))))
Cheguei em Dabeiba depois desse pedal, onde completei 2.000km dA viagem, me hospedei num Corpo de Bombeiros que ficava num Coliseu ginásio poliesportivo da cidade, onde o bombeiro me deixou na rua até 22h. Hahahaha… Poderia pensar “que bixo fuleiro da porra”, mas antes de pensar isso, um senhor, que vivia na casa em frente ao coliseu, veio conversar comigo e me trouxe um pão com queijo, chocolate quente e um pedação de bolo de banana… ;))))) E ainda teve mais: conheci dois pirralhas de 15 anos, animais nas bikes e tinham feito o trajeto de ida e volta desse pedal, até Cañasgordas, na metade do tempo!!! Hahahahaha!!! “Duuuuuuro!” como dizem os colombianos (e eu agora!). E até para encontrar onde dormir em Cañasgordas precisava subir muito… Definitivamente começavam as montanhas até Medellín e a sorte que eu tinha BOCADILHO para encarar as montanhas!!! ;))) E no meio desse sobe e sobe, ainda deu para fazer essa chamadinha para o APOIA.se/eniopaipa:
Mas tudo que sobe, um dia desce… E Santa Fé de Antioquia é dentro de um vale, o que significa que tudo que desce, um dia sobe também! :PPP Esse pedal foi espetacular, porque não era tudo para o alto e tinha uns momentinhos de boas velocidades e visuais mais do que incríveis. Também assistir o jogo Colômbia x Inglaterra em uma discoteca e vi que, mesmo na derrota (esse jogo foi a eliminação da Colômbia da copa), os colombianos ficam tristes, mas não param a festa!!! ;)))))) E o que falar de +20km apenas descendo??? Hahahahaha!!! Só falar que encontrei a Ana, o Mateo e o Yuyo, no finalzinho da descida e desejei ótima sorte para eles nessa montanha que eles iam subir.
E finalmente, Medellín…
[para ouvir agora: Banda Eddie – “Pode Me Chamar”]
Me sinto instigado totalmente quando vou chegar perto de uma cidade grande. Minha vida toda de bicicleta foi pedalar em Recife, uma cidade que desafia a quem pedala. E quase todas as grandes capitais da Colômbia são lotadas de ciclovias para todos os lados, além de te proporcionar encontros incríveis e também arejar a cabeça com relação as coisas boas e ruins sobre mobilidade urbana de uma metrópole. Mas essa instiga ainda tinha que subir uma montanha e sair de 700m até 1.930m necessita um pouco mais do que instiga… Hahahaha!!! Sofro muito nas montanhas, por n motivos, o principal é que AMO PEDALAR NO PLANO. Também tem o peso (meu e da bike), a sensação de que não está saindo do lugar (as montanhas são parecidas e parece que tu sempre vê o mesmo lugar – todavia as paisagens são phodásticas!) e, nessa montanha específica, minha corrente torou 3x. Ainda bem que tinha guardado a antiga e troquei logo para subir os 24km de montanha…
E já em Medellín, na estrada, tem um túnel de 5km, onde não se pode passar de apés, de cavalo, nem de bicicleta. Passei uma hora vendo caminhões e caminhonetes passando, até que dois casais em motos resolveram me ajudar, com um plano muito mirabolante: um casal ia com meus alforjes numa moto e o eu ia com o cara na outra moto, carregando no braço (e ele depois voltava para buscar sua esposa!). Tu acha que deu certo? Hahahaha… Quando eu já estava de capacete e tudo, apareceu um caminhão, com uma prancha vazia e que de pronto os amigos “PEDRO & BINO” (na real é que não lembro o nome deles, hahahahaha!!!) mandaram colocar a bike arriba e eu me jogar na boleia para cruzar o túnel.
Acabei chegando na casa do Lenin, que ia me receber por WarmShowers, depois desse pedal, só às 18h e sem um dos pedais… Hahahahaha!!! Mas isso é prosa para o próximo post, apenas sobre essa cidade massa chamada Medellín… E nesse post, vou experimentar uma coisa: como quero saber #históriasdebicicleta, vou também coletar essas informações aqui. “Mas como tu vai fazer isso Paipa?” Tu deixa um comentário aqui embaixo falando: qual e como foi a maior ladeira/montanha que tu subiu de uma só vez em uma pedalada? Valeeeeeeendo……..
[para ouvir agora: Orquestra Contemporânea de Olinda – “Ladeira”]
é tudo nosso!!! #puravida

Essa viagem está sendo apoiada por Bruno, Vitor, Luciana, Marcella, Tarcísio, Flávio, Marcos, Karine, Juliana, PAI, MÃE, Eliete, Vinícius, Mariana, Ilana, Lucas, Maria, Patrícia, Juliana, Javert, Marina, Luciana, Pedro, Heberton, Vick, Ivan, Erica, Renata, JP, Gabriel e Lucas, Damião, Tia Bil, Elisabete, Monique e Almir no APOIA.se/eniopaipa.
A viagem Colombia Ouve-se histórias #puravida bicicleta bike cicloturismo Colombia Montanhas praia viagem
A maior ladeira que subi de uma só vez em uma pedalada foi da Praça da Bandeira situada na Avenida Afonso Pena até a Praça do Papa, aqui na cidade de Belo Horizonte/MG. Cheguei com as pernas “doces” lá em cima. Uma baita ladeira! Mas foi bom demais!!!
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Hahahahaha… aí é um belo estágio para vir aqui na Colômbia… ainda bem que subi umas ladeirinhas daí antes!!! ;))))
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Eu tenho subido todas as ladeiras/montanhas da Colômbia junto contigo meu filho e, confesso que as vezes fico cansada também, mas logo vêem os relatos tão bons que o cansaço passa.Que bom as coisas serem assim, depois da dificuldade sempre vem a recompensa!
Continue acreditando que a vida sempre nos compensa e, é isso que importa.
Fé e força , Deus te ilumine e proteja nesta caminhada.
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Que me proteja nas CAMINHADAS mesmo, que começaram a aparecer na viagem!!! É mais duro caminhar, por conta do peso de #ZINEBRA, mas vamo que vamo!!! Beijooooo!!!
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A maior ladeira da minha vida continua sendo a desgraça do Viaduto Capitão Temudo e também a caraia do Viaduto das Cinco Pontas AFFFFF ODEIO VIADUTO hahahahahahahaha
Loviú bêibe ♡ Saudade da pourraaaannnn ♡
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Hahahahahaha… reclama pouco da vida!!! bota mais energia nessas pernocas!!! ;*****
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