Dos[quebradas] sem fronteiras…
“(…) que de fora já trazia um astral muuuito massa e a primeira coisa que me recordo de ver, foi uma marca da Bicicletada – Massa Crítica, Masa Crítica, Critical Mass na primeira coluna do caminho que chega até a casa e pense: “TOU EM CASA!” ;)))) Só a primeira de muitas descobertas fantásticas nesse lugar. (…)” \o///
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Ladeeeeeira abaaaaaixo…
[para ouvir agora: Orquestra Contemporânea de Olinda – “Ladeira”]
Foi descendo que saímos de Manizales! E fomos muito bem acompanhados de nossa amiga Pilar, que pedalou com a gente até a Chinchina, onde ficamos na Casa de Ciclistas de Chinchina, que nosso amigo Hernando disponibiliza para cicloturistas que passam pela cidade, via WarmShowers. Uns 34km nesse pedal, quase todo de descenso peligroso!
Como sempre, chegar em uma casa é muuuuito massa! Mas dessa vez era diferente, não havia ninguém na casa. Pegamos a chave na bodega vizinha, organizamos nossas bikes na casa, fizemos um cafézinn, fomos levar Pilar na rodoviária, tomamos uma cerveja na porta da casa, tomamos banho, cozinhamos uma janta/café da manhã/almoço, dormirmos, fizemos mais café, uma faxina e…… TOC TOC!!! Era Hernando que havia chegado de Medellín e foi direto para casa nos conhecer.. Muito astral esse cara e tudo que faz pelos cicloturistas, em disponibilizar uma casa pequena, mas com um carinho imenso!
Direto pra (2)Quebrada…
Nesse pedal curtinho, íamos chegar na casa de José David, por indicação da Sandra e Juan – UN AMOR EN BICI!, mas quem cuidava do endereço era José e ele tinha um papel que dizia: “José David – Dosquebradas – um telefone” Hahahahahaha!!! 1) A gente estava certo de que íamos chegar na cidade de Pereira e que Dosquebradas era um bairro, puro engano; 2) José pensava que tinha todas as informações possíveis e imagináveis para encontrar um endereço só com essas informações; e 3) Eu já não tinha mais pacotes de dados, para facilitar mais a comunicação e a localização. Véi, quando descobri que Dosquebradas era uma cidade me deu nos nervos e pensei: “FUDEU!” Hahahahaha!!! Mas Chepe é uma das pessoas mais calmas e resolve os problemas num astral que é de fazer inveja… Paramos em uma bicicletaria que tinha wifi, mas o senhor pegou o número e ligou pra David. Soube “mais ou menos” onde era o endereço e vamos, sem anotar porra nenhuma, só com as referência do local. Demoramos uns 40min, mas encontramos fácil o endereço, depois de perguntar a umas 10 pessoas!!! Hahahahaha!!!
E quando chegamos: uuuuuuhhhhhhhhhhhhhh!!! Era uma casa muuuuuito gigante, que de fora já trazia um astral muuuito massa e a primeira coisa que me recordo de ver, foi uma marca da Bicicletada – Massa Crítica, Masa Crítica, Critical Mass na primeira coluna do caminho que chega até a casa e pense: “TOU EM CASA!” ;)))) Só a primeira de muitas descobertas fantásticas nesse lugar.
Essa casa grandona tinha uma outra casa (grande também) como um anexo: La Casona! Nesse espaço é que se acomodavam os transeuntes (cicloturistas, mochileiros ou seja lá sua motivação de estar naquele espaço). Uma casa toda feita de Gádua (bambu) e barro, onde as pessoas que por ali passavam deixavam um pedacinho da casa, como quem monta um brinquedo de lego! ;)))) Nós, deixamos duas paredes de barro, feitas juntos com David, Baltos (COL), Lucia (ARG) e Estefan (HOL)!!! \o////
UFS – Universidad Sin Fronteras
[para ouvir agora: Novos Baianos – “Mistério do Planeta”]
Tenho que falar um pouco da USF, para começar a falar das histórias vividas nessa casa. A USF – Universidade Sem Fronteiras de cara NÃO É UMA UNIVERSIDADE!!! Ufaaaaaa!!! Na verdade o conceito da USF é ser um “centro” de ensino e aprendizado, sem professores, sem hierarquias, uma construção coletiva, que pode ser feito em qualquer lugar do mundo, para que não haja fronteiras para o saber. Fodástica a ideia e a galera que por aqui estava todos os dias.
E a casa que a USF tem como “sede” ou ponto de apoio é uma CASA OCUPA que há mais de 15 anos foi ocupada pelas pessoas para as pessoas. David nos contou muitas histórias sobre todo o processo que a prefeitura, companhia de energia e de água quiseram impor para formalizar a posse da casa (e assim começar a fazer cobranças), mas a ideia aqui é tirar a posse de uma pessoa ou um grupo, ter uma casa livre. ;))))) A energia até tinha um contador, mas ninguém pagava nada (porque não tá em nome de ninguém – hahahaha!). A água é recolhida no alto de uma montanha. E assim segue a Casa Grande de uma antiga fazenda de um ex-presidente colombiano.
La Casona e seus debates [e suas festas]…
La Casona ia ser nossa moradia por duas noites que viraram 5 por conta de um convite que David nos fez para participar da Mesa Social para la Paz de Pereira (município vizinho), porque em um dos debates feitos em um café da manhã (ou almoço ou ceia) falávamos da situação política pré-eleitoral no Brasil e sobre Lula e também das questões relacionadas às interferências dos EUA na América Central, principalmente na Nicarágua.
Nesse meio tempo, tomava posse o presidente colombiano Ivan Duque, mas há uma tradição da esquerda colombiana de fazer vários atos em cidades grandes no dia da posse. Então, fomos! A marcha em Pereira tinha mais ou menos umas 10k pessoas e com muita música e alegria as pessoas protestavam principalmente pelas mortes colocadas na conta dos Paramilitares, “grupo de combate ao narcotráfico” criado por Álvaro Uribe (que é padrinho político de Duque).
O papo com os senhores e senhoras da Mesa Social para la Paz foi fantástico também. Conhecer essas pessoas que estão na luta política há 30, 40, até 50 anos é inspirador para buscarmos alcançar nossos ideias para humanizar as cidades e ao mesmo tempo dá uma sensação de impotência muito doida de saber que avançamos, porém em passos ainda muito tímidos. É phoda escrever isso nesse momento que vocês vivem aí no Brasil, mas essas é uma sensação que tive em Setembro, há mais de 2 meses atrás…
Mas chega de falar de política, de social, de tudo… Opssss, chega nada! Porque voltar pra casona depois desse pedal massa é voltar pros papos sobre nossa sociedade. Porém dessa vez tinha uma comemoração massa, o aniversário da Evelyn e sabe o que rolou? #hojeédiadeengradado Hahahahahaha!!! Os registros dessa noite ficam apenas nas cabeças de quem participou, mas foi uma noite mais que especial com direito a muita música, alegria e amor!
Ainda deu tempo de aprender a fazer pulseiras com Nata, Aleja e Alexa. Participar de uma sessão de rapé com os amigos Carlos e Diego e fazer a tradução para português do vídeo de apoio à USF para uma viagem pra Argentina, com o Miguel. E aos 48″ do segundo tempo, antes de sair, fomos convidados por David e todos os membros da USF para gravarmos uma entrevista para deixar de recordação e material para Universidad Sin Fronteras e fomos agraciados com dois livros paras lermos na viagem! 😉
E sair de Dosquebradas também foi uma delícia!!! A prosa fica pro próximo post, mas deixo vocês com o astral dessa saída:
eniopaipa.com 
Eu estava sentindo falta de viajar contigo por aí. Sei das dificuldades de Internet etc, mas não fique muito tempo sem nos deliciar com teus escritos não!
Até porque já temos até a capa do livro.
Gostei demais da USF quem dera tivesse uma em cada país.
Até logo.
Deus te abençoe e guie teus passos, e de todos os viajantes mundo afora.
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AEEEEEEE MÃÃÃÃEEEEEE!!!
E eu sentindo falta dos teus comentários aqui… ;))))
Ahhhhhh, a USF existe em qualquer lugar, basta a senhora querer trocar conhecimento com alguém e já tá no clima!!!
Beijooooooos,
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So que não tem uma carona pra acolher a todos, mas se alguém tomar a iniciativa se constrói
Bjs! Saudades. ….
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