“(…) Um lugar com cozinha, chuveiro, banheiro seco… Um lugar com natureza e clima de fazenda… Não tinha nenhum luxo, muitos lugares nem luz tinha, mas era quase perfeito! (…) as vezes um mimo de coração é mais importante do que a funcionalidade/conforto do que é oferecido. Na casa de Cabunga é assim… Quase nada E TUDO! É inexplicável (…)”

Estamos quase saindo da Colômbia aqui no BLOG, mas tu pode já ir sabendo das coisas mais recentes num grupinho para apoiadores dessa viagem! Vai lá no APOIA.se/eniopaipa, vai!!! ;))))

A energia de uma família…

[para ouvir enquanto se energiza: Tim Maia – “Imunização Racional”] 

Depois de toda loucura do Trampolim, a gente precisava se energizar outra vez para seguir A Viagem. Não deu outra! Chegamos em Sibundoy e aqui teríamos uma casa de WarmShowers para descansar umas noites e seguir. Como eu não tinha o endereço, fomos para a praça principal da cidade e ligamos para o amigo Cabunga. Para nossa surpresa, a casa estava uns 7km de distância e O CABUNGA NÃO ESTAVA NA CIDADE!!! Hahahahaha!!! Relaaaaax… Tinha vizinhos já ligados que a gente ia chegar e iam abrir a casa pra gente. Só de saber disso, já dá pra imaginar o nível de astral desse cara, dessa casa e desses vizinhos, né?! 😉

Bom, seguimos por uma estradinha rural, estreita e muito bonita. Já era quase noite e a visibilidade já estava beeeeem ruim e eu com um freio seboso dava cada lapada nos buracos… Hahahahaha!!! Seguíamos perguntando por Cabunga e todos indicavam um único caminho… No meio desse caminho, uma senhora grita “ÊÊÊÊÊ!!!” Ela já estava montando numa bike antiga, dessas dos anos 60, com um pirraia, de no máximo 1 ano, nas mãos e com uma expressão de alegria e preocupação indescritíveis. Era a Leidy, com seu filhinho Benjamin, que mais tarde ia se tornar MI AMIGO BORRAAAAACHO!!! Essa família merece um post só pra ela, mas vou economizar porque se não vocês cansam de ler… Hahahahaha!!!

As pessoas que encontro no caminho são incríveis, não tenho dúvida disso… E as vezes a sorte é multiplicada, nesse caso por 5 (ou 6)… Começando por Leidy, passando por Danilo (10), Benjamin BORRAAAAACHO (1), Anitha (17) e Dani (e também o avô!)… Essa galera incrível não só abriu as portas da casa do amigo Cabunga como abraçaram nossas histórias e nos deram todo apoio que nem imaginávamos receber… ;))))

Depois do Trampolim, a gente tava com tudo molhado, sujo e precisando de pelo menos uns 2 dias de descanso. Acabamos ficando 5 noites em Sibundoy e quase que não íamos embora, se dependesse da nossa vontade de curtir essa gente. Logo na recepção, Leidy já acendeu uma fogueira para nos esquentar e que pudéssemos cozinhar alguma coisa. Café, aveia e tudo que era ideia de fazer algo líquido e quente. Enquanto isso, ia atrás dos patos que haviam saído da “gaiola”, moía milho para alimentá-los, dava de mamar à BORRACHO, contava histórias sobre outros cicloturistas que haviam passado na casa… Tudo isso de uma vez só… Hahahahaha!!! É difícil de acompanhar o ritmo dessa indígena que dava carão nos filhos com um sorriso pleno na cara, nunca vi nada parecido! ;)))))

E assim foram todos os dias… Pela manhã, uma visita alegre e um astral incrível, um almoço compartilhado com todos e um cafézinn muito quentinho à noite. As diferenças dos dias vem aí…

A Casa (e o astral) de Cabunga…

Como disse mais cedo, Cabunga não estava em casa. Nem ninguém da sua família. Mesmo assim era nítido sentir o astral deles. Um lugar com patos, galinhas, porcos… Um lugar com colchões (e até barracas montadas)… Um lugar com cozinha, chuveiro, banheiro seco… Um lugar com natureza e clima de fazenda… Não tinha nenhum luxo, muitos lugares nem luz tinha, mas era quase perfeito! Quando a gente tá numa viagem como essa, as vezes um mimo de coração é mais importante do que a funcionalidade/conforto do que é oferecido. Na casa de Cabunga é assim… Quase nada E TUDO! É inexplicável, mas é um lugar que todo cicloturista gosta (e deveria conhecer)… ;)))

Cabunga só pediu para que a gente deixasse alguma recordação da nossa passagem por lá, como uma mensagem no caderno, um cartaz etc… E a gente de pronto atendeu o pedido.. Chepe fez um cartaz na cozinha, eu fiz uma placa de “BEM VIND@S!” e Lucy deu um grau em várias coisas estruturais da casa, bem como presenteou à todos com suas manillas (pulseiras artesanais). Ahhhh, uma das coisas mais lindas de escrever nos cadernos de recordações da galera é sempre encontrar a letra da minha amigona inspiradora Ada Cordeiro, que há mais de 2 anos andou pedalando por aqui também… ;)))

Ainda deu tempo ir na fazenda leiteira da Familia BORRACHO, onde tiram cerca de 120 litros de leite por dia de 10 vacas, que são criadas livres em um pasto de uns 7 hectares. Como fomos à tarde, as vacas estão mais ariscas e me aconselharam a não meter a mão nas têtas, consequentemente molestar muito os animais. Danilo já ordenha as vacas com seu avô desde 6 anos e é incrível a naturalidade e o carinho que ele tem pelas vacas, sabendo até o ponto certo de cada uma e quando começa a ficar (muito) dolorido. Ganhamos uns 3l de leite quentinho e com um gosto bem característico…

Hora de seguir…

[para ouvir e seguir: Banda Eddie – “Pode Me Chamar”]

Se despedir de gente tão legal é bom d+! Sempre digo que a melhor coisa da viagem são as despedidas, porque proporcionam o reencontro (que é uma coisa incrível também!)… E a segunda coisa mais legal é que a gente seguindo cria a possibilidade de encontrar outras pessoas tão especiais quanto essa família, quanto Cabunga… E adivinha? Hahahaha…

Nesse pedal, já conhecemos uma família francesa que estavam viajando num motorhome, num cenário incrível, a vista panorâmica da Lagoa La Cocha. Esse lugar é incrível, assim como Veneza/ITA, é uma “cidade” que tem mais canais do que ruas terrestres. Um lugar muuuuito frio, muito lindo e com o Corpo de Bombeiros mais charmoso da Colômbia. Como é muito frio e úmido, todas (TODAS MERMO!) as casas/hotéis/comércios são de madeira. Quase toda casa tem um barco e muita gente de todo canto da Colômbia vem aqui no fim de semana para curtir um dia frio e bonito. Aproveitando isso, pedimos para dormir dois noites nos Bombeiros, para que Lucy pudesse vender suas pulseiras. Bombeiros OK! Vendedor de pulseiras NO! Hahahahaha… Chepe se prontificou de vender as pulseiras desde Sibundoy, onde ele trocou uma pulseira por umas comidinhas e em La Cocha, nem isso conseguiu… Hahahaha!!! Nunca vi uma pessoa tão ruim pra vender as coisas…

De manhã, fomos conhecer um pouco da lagoa, passeando pelas ruas “pavimentadas” pelos próprios moradores de La Cocha, e encontramos a casa dos Franceses. Eles estavam tomando café da manhã e nos convidaram para comer algo. Nunca tinha entrado numa casa rodante e foi massa entrar um pouco nesse universo de viajar com uma casa que tem até cama! Porque sempre falamos que nossa bicicleta é nossa casa, mas não tem uma cama. :PPP E essa tinha cama para 4 pessoas… Adele, Augustin, Louise e Nico, essa família massa que havia chegado há 4 semanas em Bogotá e nunca tinham recebido pessoas em sua nova casa… Uma nova experiência para todos, que pudemos compartilhar não só o café da manhã, mas fizemos um almoço incrível com direito a PÃO FRANCÊS (original! – que não tem nada haver com o nosso francesinho)… ;)))) Cafézinn, um tempinho para uma pescaria e nos despedimos, porque os franceses são acelerados e nesse mesmo dia ainda iam cruzar a fronteira para o Equador.

Mais uma noite nos Bombeiros e esse pedalzinn sussa até Pasto! E essa passagem por Pasto foi linda d+ que vou deixar para o próximo post… Fica aí com esse vídeo de Sibundoy o o trajeto até La Cocha!!! ;))))))))

[para ouvir e se despedir: Zaz – “Je Veux”]

é tudo nosso!!! #puravida

Essa viagem está sendo apoiada por Bruno, Vitor, Luciana, Marcella, Tarcísio, Flávio, Marcos, Karine, Juliana, PAI, MÃE, Eliete, Vinícius, Mariana, Ilana, Lucas, Maria, Patrícia, Juliana, Javert, Marina, Luciana, Pedro, Heberton, Vick, Ivan, Erica, Renata, JP, Gabriel e Lucas, Damião, Tia Bil, Elisabete, Monique, Almir, Maurício, Rafael, Patrícia, Felippe, Mariana, Evelyn, Gonçalo, Anderson e Mario no APOIA.se/eniopaipa.

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