#RaulVIVE
“Sou o palhaço do circo sem futuro. Um sorriso pintado a noite inteira… E essa tragédia que é viver. Tanto amor que fere e cansa!” Não sei se Lirinha e Clayton Barros conheceram meu amigo, mas se fossem escrever pra ele, saberiam que o circo de Raul é o futuro, que seu sorriso estaria pintado também o dia todo, que a vida era uma comédia e todo o amor dele só transbordava e acolhia todo mundo que tava por perto. Raul é o palhaço de Cordel do Fogo Encantado e é o palhaço que eu descrevi. Raul é isso tudo e por isso #RaulVIVE!
Fui no facebook olhar as lembranças desse dia 22/10 e sempre é difícil escrever algo. Então já te peço desculpas agora, porque a cada ideia do que escrever, não sei bem por onde começar e ainda preciso tirar as mãos do teclado para secar as lágrimas que escorrem ou até tentar esconder essa cara de saudade. Mas vou tentar!
músicas que escutei enquanto escrevi esse texto
Confesso que não estava ligado no dia que era hoje, inclusive de 0h00 eu estava escrevendo outro texto, acabei às 2h40 e fui andar de bicicleta para ver a lua cheia. Engraçado lembrar agora de quantos arrepios eu tive, na hora de pegar as chaves, de encher a garrafa de água, de acender a luz de Elisabete. Coloquei Queen para tocar porque queria ouvir “Somebody to Love”, mas ela só foi tocar depois de 5km pedalados. Antes de sair cantando, sem máscaras, pela madrugada deserta da orla de Olinda, atravessar a ponte de JANGA foi um arrepio só, quando dobrei para ir até a beira mar, tinha uma oferenda bem no centro da encruzilhada. E nada disso me fez perceber “o esquecimento”.
“Soooooombári… sombári… soooombári faindeee…… sombáááári tchuuuuuuuuuuuuuuu!!!” Sei que tu quer(ia) saber como alguém de JANGA canta como Freddie Mercury. Também sei que tu tá cantando junto! Mas o que senti nessa madrugada foi um alívio e uma alegria meio inexplicáveis depois dessa música, ao ponto de colocar um disco de Steve Vai e não precisar falar mais nenhuma palavra.
Desde a hora que saí de casa, o pedal foi uma delícia. E quando acabei, me sentei na beira da praia e fiquei esperando o sol brilhar o céu, o mar e JANGA todinha. Voltei pra casa, fiz cuscuz e café, dormi, almocei, dormi e quando vejo no instagram, uma postagem do amigo PJ (@_pejota), que lembrava os 4 anos sem poder abraçar Raul, me fez entender tudo que tinha acontecido comigo enquanto estava na bicicleta hoje. E parece mentira, mas quando passei pelo banco que a gente tirou uma foto logo depois que Raul tinha conhecido JANGA, lembrei exatamente desse momento e de todas as pessoas queridas que estavam com a gente naquele ENBA (Encontro Nacional do Bike Anjo) de 2016. Quer outro sinal que acabei de lembrar? Hahahaha! A última cerveja que compartilhei com Raul, o PJ estava junto, lá no Bar Central, em 2017.
Às vezes fazer as coisas sem saber o porque ou sem pensar muito é bem doido. Tou refletindo aqui como eu me lembrei de Raul e não lembrei do dia. E não tem culpa nenhuma nisso! Inclusive, o texto que tu vai ler daqui uns dias, falando de música, conversa demais com esse parágrafo.
Mas tou falando do meu dia, das minhas lembranças e sigo sem conseguir falar mais do que um parágrafo sobre Raul. Hahahahaha! Eu sei que ele tá gargalhando da minha cara, porque ele se importa muito mais por esses sentimentos do que por descrições feitas. Isso me faz rir com os olhos bem lubrificados e parafraseando Fundo de Quintal: “Nem mesmo esse samba de amor pode nos resumir. Quero chorar o teu choro, quero sorrir o teu sorriso. Valeu por você existir, amigo!”
É, não consigo! Não dá pra escrever mais nada.
Dedico esse texto para MÃE Renata, Flora, toda família de Raul e todo mundo que pôde abraçar, sorrir, pedalar, conversar, beber e sentir a energia de Raul bem de perto.
é tudo nosso! #puravida
eniopaipa.com 