Só que diferente de Edson, “com minha ‘bike’ sou profissional!” ;))) Até encaixa bem bonitinho na cantoria, faz aí pra tu vê… E já embalo ladeira abaixo nessa prosa com Dona #l1l1, a malandrinha que saiu de uma loja de Santiago/CHI para continuar meu passeio poraí, pela América, pelo mundo, #voltandopraJANGA…

E teria tanta coisa para contar aqui, tantas risadas que vi e espalhei, um montão de cafézinn que compartilhei, abraços incontáveis distribuí, mas a verdade é que vou falar de trabalho, que já foram tantos experimentados e agora tou vivenciando um que eu “criei”…

músicas que escutei escrevendo esse texto

Resumidamente, hoje trabalho com venda de quilômetros pedalados que contam, para mais de 70 pessoas do Brasil, versões personalizadas da história de uma viagem de bicicleta pela América, através de cartas e um álbum de figurinhas.

Em abril/22, completei 4 anos de estrada (contabilizando os 19 meses que estive no Nordeste durante a pandemia) e já havia pedalado mais de 23.000km em 9 países da América. Pensando em transformar todos esses quilômetros em créditos de carbono, todas as histórias vividas em escrita e todos os registros fotográficos em coleção afetiva, resolvi convidar cerca de 130 amigas e amigos para ajudar na minha profissionalização como ciclista (ou como escritor ou editor de álbum de figurinhas, hahahaha!!!). E não é que deu/tá dando certo?!

É ISSO MESMO… AGORA SOU CICLISTA PROFISSIONAL! ;)))))

Geddy e Alex, em 1974, descreveram a rotina de um Trabalhador e parece que é isso mesmo que quero para essa minha “nova” vida. Acordar às 7, sair para trabalhar às 9, chegar às 17 e tomar uma cerveja gelada. Que feliz isso!

A profissionalização dessa pessoa como CICLISTA veio depois de muito tempo viajando de bicicleta e escutando sempre a mesma pergunta: “como se mantém financeiramente?!” Desde que comecei a viajar em 2018, sempre contei com apoio financeiro de amigas e amigos. A estrada também é muito generosa e não consigo dimensionar o quanto de dinheiro, comida, cama, banho e conhecimento consegui só por estar pedalando por aí. Isso não significa que não trabalhei. Suei fotografando, filmando, editando… Suei também colhendo arroz, ajudando a construir telhado de casa, limpando fossa, cuidando de cabras, cortando grama, lavando prato… Mas só trabalhei por uma remuneração em dinheiro quando PEDALEI fazendo entregas, em Trujillo/PER. Que coisa, não?!

Tenho o privilégio de ter muito apoio de muita gente, reconheço isso desde antes de sair nessa viagem, mas faz tempo que venho trabalhando muito mais pela vivência e a experiência que isso pode me trazer do que por uma remuneração financeira pelas gotas de suor expelidas ou tempos de vida usados.

Ter escolhido ser CICLISTA PROFISSIONAL nessa maneira é ser um camelô dessa profissão. É estar na informalidade. É estar na incerteza de onde trabalhar. E é estar vivenciando uma experiência de afeto, através de imagens e de escritas físicas, com pessoas que quero bem, que quero visitar, que quero abraçar e depois tomar uma cerveja. A remuneração monetária disso tudo é legal, mas pode ou não acontecer e estou muito ciente e muito contente com essa lógica de continuar trabalhando não pela moeda e sim pela vivência de pedalar, de viajar, de fotografar, de editar, de escrever e de querer abraçar.

Agora está tocando a última música do álbum Moving Pictures (imagens em movimento) e me despeço contando que há muitas imagens se movendo pelo Brasil (obrigado Correios!), levando um pouco de carinho, de histórias, de minhas viagens e abrindo sorrisos de pessoas que gosto que só! Esse texto é dedicado à vocês, pessoas que colecionam figurinhas e compram meus quilômetros pedalados #voltandopraJANGA. ;)))

blumenau, santa catarina, brasil

é tudo nosso! #puravida

Brasil ciclistaprofissional trabalho